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Foto do escritorRafael de Toledo

SER FELIZ junto ou sozinho?

Atualizado: 22 de fev. de 2021

Muito se fala a respeito da felicidade a dois. No entanto, esse estado pode ser conquistado também sozinho


TEXTO Rafael de Toledo/ Colaborador ENTREVISTAS Érika Alfaro e Rafael de Toledo/ Colaborador DESIGN Guilherme Laurente/ Colaborador FOTOS Shutterstock Images


Qual é o segredo da felicidade? Foi a partir dessa questão que uma pesquisa foi realizada ao longo de 75 anos. Com mais de 600 entrevistados, o Estudo sobre o Desenvolvimento Adulto (Study of Adult Development, em inglês) analisou grupos que iam desde estudantes universitários da mesma instituição até moradores pobres de bairros de Boston, nos Estados Unidos.

A avaliação gerou um resultado prévio, o qual concluiu que a felicidade é adquirida por meio das relações pessoais estabelecidas ao longo da vida. O processo da pesquisa consistiu em investigar o estado emocional, físico e mental dos voluntários. Com seu quarto diretor, o psiquiatra norte-americano Robert Waldinger, o projeto continua a analisar as gerações posteriores dos primeiros participantes. A partir da conclusão, nota-se que aqueles que voltam seus esforços às relações familiares, amorosas ou aquelas inerentes à amizade são mais felizes e, consequentemente, apresentam maior longevidade.


RELACIONAMENTOS AMOROSOS

Em estudo realizado pelo psicólogo norte-americano John Gottman, casais que apresentavam taxas de estresse quando abordados assuntos sobre a relação, demonstraram-se mais infelizes com o casamento. Alguns, após seis anos de pesquisa, já haviam se separado. Tal resultado foi possibilitado com a análise de funções fisiológicas, como a frequência cardíaca e o suor. Com esse experimento, nota-se como o organismo trabalha a felicidade, ou seu oposto, quando se tem um companheiro.

Assim como a terapeuta Andrezza Ferrari menciona, a antropóloga Helen Fisher define que a paixão constitui-se de três fases, sendo a primeira resumida na ação dos hormônios e as duas posteriores, à ação de neurotransmissores como norepinefrina e a serotonina. Responsáveis por desencadear sensações prazerosas no cérebro, essas substâncias atuam juntamente com o aparelho psicológico que, segundo a Andrezza, define-se por meio dos sentimentos de proteção, acolhimento e confiança, sendo “decisivos para enfrentar os desafios do relacionamento a dois e manter a felicidade na relação”, completa a profissional.


SOLITUDE OU SOLIDÃO?

Qual é a diferença entre esses dois conceitos? De acordo com o teólogo Paul Tillich, “a linguagem criou a palavra solidão para expressar a dor de estar só. E criou a palavra solitude para expressar a glória de estar só”. Com essa afirmação, a terapeuta Jaqueline Asumpção enfatiza a diferença apresentando a solitude como desejável. Enquanto isso, ela define que a solidão “está ligada ao estado emocional de profundo vazio interior tendo a necessidade de preenchimento deste vazio por meio da companhia de outra pessoa para atingir a felicidade”.

Essa confusão se relaciona com a percepção construída socialmente de que estar sozinho é algo ruim. No entanto, assim como afirma Jaqueline, “o que existe no temor de ser solteiro são mitos criados pelos segmentos da sociedade que valorizam a vida familiar e acreditam que, para se caracterizar como um ser social, é preciso estar constantemente acompanhado”. Se estar sozinho é uma escolha, a terapeuta Andrezza aconselha: “ é imprescindível se autoconhecer e fazer de si mesmo a sua melhor companhia”.


Box: NA CONTRAMÃO DA FELICIDADE

Em comparação a um relacionamento saudável, há a tristeza e o medo de estar inserido em um envolvimento autoritário. Atualmente, o tema “relacionamento abusivo” se dissipou por meio do Twitter e outras redes sociais com a hashtag #EuViviUmRelacionamentoAbusivo.

A campanha foi propagada por pessoas que contaram suas experiências que iam desde pequenos detalhes, ditos imperceptíveis, até agressões físicas. Segundo informações do Ligue 180, em 2016, o número de denúncias em todo país aumentou 51% em relação ao ano anterior, sendo que 50% dos casos eram de violência física, 31% de violência psicológica e 5% violência sexual. Em 65% das ocorrências, a ação foi cometida por homens em relação às mulheres, sendo constatado que em 38% desse percentual que a relação se mantinha há pelo menos dez anos. Para denunciar, o portal do orgão conta com a lista de locais para atendimento mais próximo da vítima.


CONSULTORIAS Andrezza Ferrari, terapeuta e pós-graduanda no curso Psicologia Junguiana, no Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa (IJEP); Jaqueline Assumpção, terapeuta e especialista em relacionamentos amorosos e sexualidade









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