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Projeto vencedor do 12º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão


Em junho de 2020, iniciei uma jornada junto a estudantes de jornalismo de todo o Brasil pela concorrência 12º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, com o projeto Crônicas do Contato - Quando o distanciamento não é uma opção, uma reportagem multimídia que se apresenta da seguinte forma:


"A pandemia forçou uma nova forma de convivência, sem abraços, sem apertos de mão e sem beijos. Ao mesmo tempo, mostrou que não são computadores ou celulares que substituirão o afeto e a emoção transmitidos pelo contato físico. A covid-19 nos levou a adotar atitudes radicais, como o isolamento social, mas algumas pessoas se mantiveram expostas para garantir o sustento de suas famílias. Graças a elas, atividades essenciais foram mantidas. Na história pós-pandemia será que esses trabalhadores serão lembrados como heróis ou comparados a deuses?


Os sepultadores, dia após dia, encaram a realidade com força suficiente para não se render à tristeza. Eles são como o barqueiro Caronte, aquele que guia os mortos para o descanso final.


As empregadas domésticas deixam seus filhos aos cuidados de outras pessoas e sofrem com o afastamento. Apesar de a distância entre as realidades de seres mitológicos e humanos ser imensa, elas e Deméter, deusa da gestação e da agricultura, compartilham do mesmo sentimento: a saudade.


os entregadores viram a carga de trabalho aumentar. A demanda gerou exploração e mais riscos. Carregando pesados fardos às costas, como o titã Atlas, condenado a sustentar os céus nos ombros, não tiveram direitos trabalhistas reconhecidos, nem remuneração adequada.


As histórias desses trabalhadores fazem parte das Crônicas do Contato, reportagens produzidas no contexto do 12º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, promovido pelo Instituto Vladimir Herzog. As matérias retratam a realidade de personagens de quatro estados – São Paulo, Espírito Santo, Paraíba e Pernambuco (ver o mapa abaixo) – que não tiveram opção de se distanciar socialmente, apesar de um vírus ter alterado a forma de viver no mundo inteiro".





Deméteres brasileiras


O texto Deméteres Brasileiras é dedicado a compreender e abordar a realidade de empregas domésticas que permaneceram em seus cargos mesmo com o isolamento imposto. A editoria, da qual fiz parte, responsável pela temática, realizou um intenso processo de pesquisa pelos rostos que estavam por trás destas jornadas.


Assim como a deusa Deméter na mitologia grega, o retrato de empregadas domésticas e diaristas revela mães que tem o tempo ao lado de seus filhos subtraído pela obrigatoriedade do seu trabalho. Desta forma, essas mulheres dividem-se em jornadas que, além da exposição ao vírus por múltiplas vias, provoca o sofrimento pela distância dos seus filhos.

(Captura do trecho de Deméteres Brasileiras)










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