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Múltiplas funções

Entenda como a psicologia se firmou ao longo dos anos e qual seu papel na atualidade



Quando se ouve falar em psicologia, logo vem à mente a busca por um equilíbrio entre mente e corpo de maneira que um profissional esteja associado a essa processo. A psicologia, como a compreendemos, demorou séculos para se formar, principalmente porque diversas vertentes foram concebidas em prol de um objetivo comum: compreender por meio do estudo (do grego logos) como o comportamento humano estava associado às angústias da famigerada alma (do grego psique). Veja a seguir um pouco mais sobre a história da psicologia e como ela contribuiu para que a sociedade fosse aprimorada a partir da compreensão das ações humanas.


Como começou?

A psicologia tem como base o estudo em relação ao ser humano iniciado na Grécia. Tudo começa por volta de 200 a.C, sustentado pelas reflexões de Sócrates, que se debruçou sobre a reflexão daquilo que constrói a razão humana. Contudo, a psicologia só se firmaria, de maneira próxima a como se apresenta hoje em dia, na Europa, durante o século 18 e 19.


Em 1873, o médico alemão Wilhelm Wundt iniciou um estudo sobre as bases comportamentais humanas e revelou em sua obra Princípios de Psicologia Fisiológica parte de uma longa análise, na qual, pela primeira vez, o teórico associava a ciência aos conhecimentos já demonstrados ao longo dos séculos acerca da origem do comportamento humano. Posteriormente, o trabalho do psicólogo foi melhor traduzido por meio da criação do primeiro laboratório de psicofísica na Alemanha, possibilitando o desenvolvimento teórico sobre o Estruturalismo. Esse foi um dos primeiros suportes da psicologia e expunha a estruturação dos elementos da experiência consciente.


Desse modo, Wundt sistematizou situações em que o tempo de reação dos participantes a determinados estímulos sugeria uma quantidade de processos e uma maior complexidade da conduta. Posteriormente, o psicólogo se deteve ao processo de introspecção a fim de elucidar, com maior precisão, quais eram as contribuições da consciência para o comportamento humano.


No Brasil

A colaboração brasileira na psicologia possui apoio do estudo programado pelos primeiros teóricos europeus. No território nacional, a psicologia se iniciou a partir de conceitos médicos, de modo que as primeiras pesquisas foram encabeçados por um corpo clínico.


Segundo o texto A Psicologia no Brasil de Antônio Rodrigues Soares, as teses de doutoramento (trabalhos de conclusão do curso das faculdades de Medicina da época) rondavam a explicação de algumas das características da consciência e do comportamentos humano, influenciadas pelas teses de Wundt, que efervesciam na época. Com base nas teorias possíveis dentro da Psicologia Científica, pesquisadores brasileiros, no Rio de Janeiro, como Veríssimo de Castro e José Estelita Tapajó começaram a contribuir com estudos sobre emoções e percepção das representações. Neste mesmo grupo, Odilon Goulart inicia o primeiro estudo acerca da psicologia clínica, denominado Psicologia Clínica: Estudo Psicoclínico da Afasia, enquanto que, no campo da memória, Alberto Seabra contribui com a tese A Memória e a Personalidade – essa ficou conhecida como o primeiro estudo sobre o campo no Brasil.


Como trabalha a psicologia?

O conceito de psicologia ao longo da sua história se associa diretamente ao campo científico. Contudo, como será na prática? Popularmente, a ciência é responsável por se munir de alternativas que, no fim do tratamento, elevam o bem-estar dos pacientes. Sobre a associação entre a psicologia e o conceito de equilíbrio entre corpo e mente, a psicóloga Berta Sheila de Souza Ribeiro comenta que o “bem-estar é subjetivo, um conceito vago, mas percebe-se avanços no tratamento quando o paciente consegue se ajustar e resolver suas questões de forma autônoma”. A profissional revela ainda que o indivíduo “chega à terapia sem conseguir se perceber as situações e começa um processo de conscientização, aprendendo a reconhecer suas respostas emocionais diante dos diferentes cenários cotidianos”.


Para que a pessoa perceba suas demandas, é necessário que a figura do psicólogo conduza diálogos que se demonstrem fiéis à elucidação de pontos subjetivos que, no passado, o paciente não possuía acesso. Segundo Berta “a relação com o outro e com o mundo depende de seu estado interior e, por isso, o investimento no autoconhecimento é fundamental: para que possa viver integralmente responsabilizando-se por suas escolhas e tendo uma vida plena de realizações”. Além disso, a psicóloga endossa que “o especialista, quando atende individualmente ou em grupo, tem o papel de orientar processos de desenvolvimento e, por consequência, de transformação”. Com isso “as mudanças ocorrem interna e silenciosamente, podendo se apresentar por meio de alterações comportamentais”, revela a especialista.


Sobre o tratamento, é necessário pontuar que algumas consultas permitem ao profissional realizar um diagnóstico e, dessa forma, fornecer auxílio ao longo do tratamento. Para tal, diferentes métodos e literaturas são utilizados. Berta comenta que dois dos manuais que vigoram nesse momento são o Manual Diagnóstico e Estatístico de Imagem Transtornos Mentais (DSM-V) e o Código de Doenças Internacionais (CID). Apesar da existência desses guias, as demandas do paciente são avaliadas de acordo com a vivência atual e pregressa.


Onde encontrar a psicologia

Em um cenário socioeconômico no qual se evidenciam as demandas e as instabilidades do mercado de trabalho, o trabalho do profissional nunca esteve tão em foco. Além disso, com o advento das mudanças tecnológicas, o fácil acesso às redes sociais e às mídias digitais se apresenta como uma via de mão dupla: apesar de o usuário ter em mãos uma ferramenta de pesquisa, a qual pode contribuir para a procura de ajuda, essa também se mostra como um agente de problemáticas – dentre as mais comuns, é possível listar ansiedade, baixa autoestima e estresse.


Em relação ao mercado, as exigências profissionais ganham contornos mais frenéticos devido à agilização do tempo. Para tanto, o psicólogo se mescla a essa realidade a fim de enxergar o indivíduo em seus mais diversos contextos, sejam eles biológicos, psicológicos ou sociais. Por isso, o especialista também perpassa o campo das atividades realizadas por cada profissional e, desta forma, deve se dotar de diferentes conhecimentos e especializações para a atuação em cada área. “O psicólogo estuda o comportamento humano e a interação do ser humano consigo mesmo, com outro e com o mundo. Por isso, pessoas com as quais o profissional pode atuar permitem ao mesmo ter vários campos de atuação como escola, jurídico, empresas, serviços sociais, hospital, atenção básica de saúde, esporte e clínica”, comenta a psicóloga Aline Peruch Rigoni. Para entender melhor cada caso, veja abaixo alguns modelos de atuação:


Psicologia jurídica: a diferença entre os ramos em que o psicólogo peregrina possibilita que a assistência ganhe nuances distintas. É o caso da psicologia jurídica, a qual lida diretamente com a saúde mental das pessoas envolvidas em processos. O trabalho deste profissional percorre temas como cidadania e violência, tendo esse a função de atuar nas esferas da justiça de modo que contribua com medidas de recuperação, bem como efetive alternativas ao bem-estar das pessoas atendidas.


Psicologia do esporte: o profissional que atua nesta área tem como objetivo perceber quais são os fatores socioambientais e culturais, assim como os biológicos, que influenciam na performance de um atleta. Para tal função, algumas intervenções, como a prática no tempo livre (momento destinado à manutenção do satisfação do esportista) e a reabilitação (caracterizada pela recuperação psicológica após traumas envolvendo o esporte) vigoram em prol da manutenção da atividade física e emocional, seja durante ou depois das atividades desportivas.


Psicologia na escola: a atuação de um especialista nesta área abrange a relação entre educador e aluno, com o intuito de estabelecer ao primeiro uma noção mais apropriada do que é a infância (por vezes, auxiliando o professor a entender a própria infância) e, desse modo, garantir que as relações grupais sejam mais efetivas. Além disso, é possível que o profissional apresente ao corpo docente como funcionam as fases do desenvolvimento da criança e como se estabelece o aprendizado.


Psicologia hospitalar: esse ramo – com denominação cunhada no Brasil – visa a manutenção da saúde emocional de pacientes, bem como a mediação da relação entre os indivíduos que estão sendo atendidos e os profissionais responsáveis por essa assistência. Além disso, o psicólogo, neste caso, pode auxiliar na manutenção das relações entre os funcionários, atuando em recursos humanos de instituições de saúde.


CONSULTORIAS Aline Peruch Rigoni, coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Pitágoras de Linhares; Berta Sheila de Souza Ribeiro, coordenadora do curso de Psicologia da Anhanguera de Niterói.







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