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Foto do escritorRafael de Toledo

Inimigos cerebrais

Atualizado: 22 de fev. de 2021

Mesmo com tantas facilidades proporcionadas pela atualidade, o ser humano ainda têm conflitos com a rotina agitada


Desde a mudança nos padrões sociais do ser humano, graças ao avanço científico e tecnológico, o número de atividades no dia a dia tem aumentado exponencialmente. E isso demanda a absorção de conhecimento e informações a todo momento. Tal fator é capaz de desencadear distúrbios provindos do cansaço físico e mental do indivíduo, como ansiedade e estresse. Uma vez acionados, esses vilões das capacidades cognitivas podem comprometer o desempenho pessoal e profissional em atividades diárias.


Atenção ao dia a dia

Múltiplas tarefas, prazos a serem cumpridos e cobranças – além daquelas feitas pelo próprio indivíduo – são portas para a geração de transtornos da mente. Esse quadros se revelam grandes inimigos no cumprimento de tarefas e, principalmente, em atividades cognitivas inerentes ao bom funcionamento do organismo. A ansiedade é um dos fatores que impossibilita a condução natural do cotidiano. Isso porque ela é capaz de inibir o ser humano com estímulos involuntários, como a sudorese e o medo de situações diárias, características que possibilitam sintomas ainda mais comprometedores de um sistema nervoso saudável, como a insônia. O estresse é outro obstáculo para o funcionamento adequado da rede neuronal. Segundo uma pesquisa realizada pelo Stress Management Association (Associação Internacional do Controle do Estresse), os brasileiros são o segundo povo mais estressado no mundo, atrás apenas dos japoneses. Isso porque a rotina desgastante gera o sintoma e é capaz de desorganizar o cotidiano do indivíduo, impedindo-o de realizar pausas necessárias à folga mental.



Reflexo no cérebro

Anatomicamente, o cérebro é prejudicado pelo nível acentuado de informações. Segundo o neurocientista Aristides Brito, “o excesso de estímulo reduz a velocidade no processamento de informações com decréscimo de atenção, déficit sensorial e redução da capacidade da memória de trabalho”. O profissional enfatiza que a circulação sanguínea comprometida pela quantidade de impulsos prejudica a neuroplasticidade local, ou seja, a capacidade que o cérebro tem de se moldar a fim de gerar um maior número de interações neuronais.

As mudanças cerebrais podem ser intensas quando um indivíduo está propenso a situações extenuantes. O estresse é capaz de inibir a produção de neurônios na região do hipocampo, necessária ao aprendizado e à memória afetando diretamente essas capacidades, segundo um artigo publicado na revista Scientific American.

Outro fator constatado por estudiosos da Universidade Yale, nos Estados Unidos, é de que a depressão e o estresse crônico podem contribuir para a diminuição do cérebro. Isso ocorre graças à ação da proteína GATA1, um interruptor genético. Dessa forma, conexões entre neurônios são acometidas, diminuindo assim o nível de massa cinzenta da região pré-frontal.

O grupo constatou tal informação analisando partes do tecido cerebral de pessoas deprimidas, comparando-o à amostra coletada em um grupo de indivíduos que não apresentavam o transtorno. Em conclusão, o primeiro conjunto acusou uma taxa menor de genes em ações sinápticas, demonstrando um déficit de produção em relação à segunda categoria.



BOX: SÍNDROME DO PENSAMENTO ACELERADO (SPA)

O transtorno de ansiedade (TA) é capaz de gerar quadros secundários, em que comorbidades surgem com os efeitos do desgaste provindo das conexões cerebrais. Dentre os efeitos, está a Síndrome do Pensamento Acelerado. A pessoa nessa condição se sente pressionada pela rotina.

Segundo o neurocientista Aristides Brito, “a síndrome é caracterizada por uma sensação de que indivíduo sempre está precisando correr atrás de algo, alguma informação, em descompasso com a realidade”. Para o profissional, “o esgotamento mental é a consequência mais visível, mas a tolerância reduzida, uma mente agitada, impaciência e falta de criatividade também são indícios dessa problemática”.

Algumas medidas podem atenuar o sintoma gerado pelo TA, como a prática de atividades de lazer, a criação de pausas no dia a dia e adequação de hábitos diários. No entanto, o ideal é que o indivíduo procure o auxílio de um profissional para que o tratamento seja mais efetivo.


CONSULTORIAS Aristides Brito, neurocientista, coach e diretor da Marca Pessoal Treinamentos; Augusto Jimenez, psicólogo e gestor educacional da Minds, escola de idiomas.






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