Entenda como Elvis Presley, um dos maiores astros da música, manteve-se em ascensão durante a década de 70, mesmo em meio a momentos instáveis na vida pessoal
TEXTO E PESQUISA: RAFAEL DE TOLEDO/COLABORADOR
Os anos setentistas fizeram parte de um dos momentos mais lendários da história da Humanidade. Graças à ascensão dos movimentos sociais e a um progressivo combate às instâncias autoritárias que se revelavam com o início da Guerra no Vietnã, discussões como repressão da sexualidade e criminalização de drogas começaram a ser provocadas pelos jovens como medida de prevenção às opressões políticas e sociais enfrentadas no período. Neste contexto, o cenário musical ganhou força. A premissa formada era de que a paz no mundo seria possibilitada com o amor, e a música era um caminho promissor para o respeito entre as diferenças sociais. Astros do rock, portanto, surgiram aos milhares e um deles se fez presente no imaginário coletivo jovem desta geração.
Elvis se destacava com sua personalidade vigorosa e voz grave desde a década de 50. Contudo, seu papel como rockstar ainda se reverberava nos anos 70, caracterizando o frenesi em relação aos seus feitos neste período.
Carreira solidificada
Eletrizante era um adjetivo que definia os shows de Elvis Presley. O amadurecimento vocal do cantor conquistava o público nas turnês que ficaram conhecidas em Las Vegas, nos Estados Unidos. Não à toa, a fama do cantor como hitmaker (produtor de hits, em tradução livre) fez com que a estrela do rock despontasse nas principais paradas de música naquela época.
Dentre os shows que marcaram esse período, On the Stage ficou conhecido como uma das peças de grande relevância da carreira do mestre das danças com os joelhos levemente dobrados e o topete majestoso. O disco foi gravado ao vivo no Internacional Hotel em Las Vegas, nos Estados Unidos.
As conquistas em relação à carreira de Elvis não pararam por aí. O sucesso do cantor contabilizou milhões de telespectadores quando o show Aloha from Hawaii foi transmitido ao vivo, via satélite, para diversos países no ano de 1973. O repertório do artista variou naquela noite e surpreendeu o mundo inteiro quando a apresentação foi ao ar. A produção do evento foi inigualável: o primeiro show transmitido por satélite superou até mesmo a chegada do homem à lua. Assim como foi comentado por uma das chamadas do jornal norte-americano The New York Times, Elvis havia superado sua própria lenda após esse concerto.
“Elvis é assim!”
A construção da figura de um astro é comumente relacionada a outros âmbitos da cultura. No caso, a sétima arte recepcionou Elvis Presley com o documentário That’s the way it is. Dirigido por Denis Sanders e lançado no Festival de Verão, em Las Vegas, no ano de 1970, o longa-metragem ficou conhecido pelas cenas gravadas em momentos de descontração do cantor que conquistou uma geração de jovens por meio da rebeldia musical. Além disso, no documentário, são apresentadas diversas performances do rei em seis shows ocorridos na cidade conhecida pela vida noturna e pelos cassinos.
A proposta do documentário era garantir que Elvis tivesse um retorno triunfante, visto que o cantor havia proporcionado um período mais brando em relação à carreira, após o nascimento da sua primeira e única filha. Apesar da relevância, o sucesso estrondoso do rei foi acompanhado por momentos instáveis em relação à sua vida pessoal.
Divórcio
O casamento com a jovem Priscilla Beaulieu no começo da década de 70, com quem teve uma filha chamada Lisa Marie Presley, foi um dos mais badalados da mídia daquela época. Contudo, a realidade acerca da vida amorosa do cantor era diferente daquela impressa nas primeiras páginas de jornais e revistas. Devido ao uso excessivo de remédios, a saúde do cantor havia entrado em risco.
O ano de 1973 começou mal devido ao seu término com Priscilla, a qual conquistou a guarda da única filha. Neste mesmo período, mais um dos sucessos musicais de Elvis foi apresentado: Burning Love aqueceu o cenário musical e os corações de muitos jovens. Escrita pelo compositor norte-americano Dennis Linde, a canção serviu como uma das válvulas para a ascensão na carreira de Elvis que só se fortalecia.
"O sucesso estrondoso do rei foi acompanhado por momentos instáveis em relação à sua vida pessoal”
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